segunda-feira, julho 24, 2006

Herói

“O verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” João 1: 14

Assisti ao novo filme do Super-homem. Saindo do cinema, eu e minha esposa ficamos discutindo sobre o ideal de perfeição que o super-homem inspira em todos nós. Seus poderes são tão incríveis. Ele é capaz de tantas coisas fantásticas: poder voar, ter visão de raio-x, raio laser, super-força e tantos outros atributos que enchem os nossos olhos.
Conversando com a minha esposa não pudemos deixar de pensar na vida de nosso Senhor Jesus. Quando o Deus eterno,, o ser supremo, o motivo de toda a criação veio a esta terra, Ele não apareceu como um super-homem voando com uma capa. Ele não se apresentou como um alienígena de outro planeta que se difere dos homens; antes pelo contrario, “assumiu a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens, e, reconhecido em figura humana” (Fp 2:7). Através dos evangelhos, a Bíblia retrata a fantástica história do maior homem que pisou sobre essa terra. Mas, ao contrário dos super-heróis criados pela imaginação humana, a Bíblia nos fala de um homem extraordinariamente acessível e comum. O Senhor teve que trabalhar e foi reconhecido pela sua profissão de carpinteiro (Mc 6:3). O Senhor teve fome (Mt 4:2), teve sede (Jo 19:28) e dormia (Lc 8:23) como qualquer ser humano normal. O Senhor chorou ao ver o ambiente de tristeza pela morte de Lázaro (Jo 11: 35) e chorou quando chegou em Jerusalém (Lc 19: 41). Quando seus discípulos regressaram das cidades que foram enviados, o Senhor Jesus exultou (Lc 10:21). Não se privava do convívio social, pelo contrário, chegou a ser acusado de glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores (Mt 11:19). Impressiona-me a humildade do Senhor: curou enfermos, deu visão aos cegos, ressuscitou mortos, alimentou às multidões, e, mesmo assim, nunca pediu qualquer reconhecimento por isso. Seus inimigos, o perseguiram incansavelmente, inventaram mentiras, subornaram pessoas, influenciaram o povo para crucificá-lo. E qual era a resposta do Senhor? Pedro, um dos discípulos mais próximos do Senhor, diz: “quando ultrajado, não revidava com ultraje, quando maltratado não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (I Pe 2:23). A vida do Senhor Jesus trouxe essa estranha pergunta aos seus discípulos; como é que o Cristo, o messias prometido, poderia ser tão manso, tão humilde e tão simples? Em uma situação, quando uma pequena aldeia samaritana não quis receber o Senhor, seus discípulos desejaram que caísse fogo do céu para destruir tais incrédulos. A resposta do Senhor é tão surpreendente quanto reveladora: “o filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” (Lc 9: 51-56). O herói idealizado pelo homem é diferente de Deus.
Fico pensando se o Senhor Jesus fosse como o super-homem: quem de nós poderia voar ou usar a sua super-força? Qual homem poderia sonhar em ser como Ele? O Senhor Jesus fez coisas incríveis e sobrenaturais, porém todo o seu poder vinha de Deus e não dele mesmo. “o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai” (Jo 5:19). Ele mostrou ao homem comum como deveria ser a vida comum de um homem de Deus. A vida do Senhor Jesus não é apenas para ser estudada e admirada, mas também para ser vivida. A sua simplicidade, humildade e suas obras deveriam acompanhar a vida de todos os seus seguidores:
“aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará” (Jo 14:12).
Quem se compara ao Senhor Jesus? Além de ter salvado a humanidade, Ele ainda nos encoraja e capacita a sermos como Ele é. Quando olhamos para a vida de seus apóstolos, conseguimos perceber como eles foram transformados em “super-homens” também. Se quando eu era criança eu ficava sonhando com os heróis das revistinhas, hoje, ao conhecer o Rei do Universo e o Salvador da humanidade posso finalmente dizer que encontrei o meu herói.

“Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, eternamente, e ninguém os arrebatará da minha mão.” João 10:28