segunda-feira, junho 19, 2006

Colirio

“Aconselho-te que de mim compres (...) colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas.” Apocalipse 3:18

Na minha primeira experiência em dirigir em estrada, aconteceu uma situação patética. Estávamos voltando do Rio de Janeiro quando, ao entrarmos em um túnel, me desesperei. Não estava conseguindo enxergar nada à minha frente. Fui diminuindo a velocidade do carro e disse para o meu pai o que estava acontecendo. “Meu filho – disse meu pai sem se exaltar - tire seu óculos escuro e você enxergará melhor”.

Ao falar da época da vinda do Senhor, a Bíblia a compara ao final de uma noite em que os peregrinos aguardam ansiosamente o nascimento do Sol da Justiça (Malaquias 4:2). “Vai a alta noite e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas, e revistamo-nos das armas da luz” exorta o apóstolo Paulo aos romanos. Pedro também fala do nosso dever em guardarmos as profecias como “a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vossos corações” (II Pedro 1:19).

O sono e a escuridão antecederão a vinda do Senhor. A necessidade de vigilância é ainda maior nas últimas horas da noite. Quando falamos em óculos escuro logo pensamos em férias, tranqüilidade e de um belo dia de sol. Porém o seu uso em um ambiente de trevas é inconcebível. Isso porque ele só trará mais escuridão. Ficaremos confusos, faltará sabedoria para discernirmos o tempo. O Senhor aconselha a sua igreja em Laodicéia a comprar colírio para que pudessem ver. Ao comprar, eles deveriam pagar um preço. E isso é um dos pontos que nos faz recuar na caminhada cristã: não desejamos ter qualquer tipo de custo. Queremos viver um cristianismo barato que não traga sacrifícios para a nossa vida. Preferimos usar óculos escuro mesmo que seja durante a noite.

Não tenho colocado a questão do óculos escuro representando o pecado. Creio que é mais sutil do que isso. Porque o óculos em si não é a questão, mas sim o seu indevido uso durante a noite. Algumas vaidades, pequenos luxos, concessões, amizades e hábitos podem estar escurecendo a nossa visão. São as pequenas raposas que destroem o vinhedo (Cantares 2: 15).

No atual momento da história da humanidade, tirar o óculos já não é o suficiente. A igreja deve pagar o preço e comprar colírio a fim de poder enxergar. Não estamos de férias aproveitando um belo dia de sol. O período mais negro da história da humanidade se aproxima rapidamente. A besta receberá adoração de todos os que habitam sobre a terra (Apocalipse 13:8), pelejará contra os santos e os vencerá (Apocalipse 13:7) e blasfemará contra Deus difamando os que habitam no céu (Apocalipse 13:6). Não é estranho dormirmos em um momento em que o Senhor nos ordena vigiar?

O nosso descanso chegará em breve. O Sol já desponta no horizonte. Não durmamos justamente agora.


“Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos e Cristo te iluminará. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e, sim como sábios, remido o tempo porque os dias são maus.” Efésios 5:14 - 16