segunda-feira, março 10, 2008

Santificação - Parte III (Emoção)

“Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se.” Apocalipse 22:11

Finalmente chegamos à última parte desta breve meditação sobre como nossas reações equivocadas podem impedir nossa jornada rumo à santificação. Nossa razão, vontade e emoções podem trabalhar contra a vontade de Deus e precisamos ter a capacidade de discernir quando isso acontece.

É difícil encaixar nossas emoções no lugar que elas deveriam permanecer. As músicas, as novelas os filmes e os poetas exaltam aqueles que são guiados pelos seus sentimentos. Andar por aí fazendo o que quiser na hora que quiser e do jeito que quiser tornou-se um símbolo da liberdade de um coração que é guiado pelas suas emoções. Mas, na verdade, acontece justamente o contrário. O homem não foi criado para ser guiado pelas emoções. Nosso coração deve estar preso à coisa certa; a partir do momento em que temos o coração preso à Deus encontramos liberdade. Os que são dirigidos pela emoção tornam-se escravos dos prazeres e emocionalmente imaturos.

Nossas emoções são tão fortes quanto enganosas. Elas fluem de diferentes formas e nos pressionam de diferentes maneiras. Independente da personalidade que temos, elas nos arrastarão para correntezas profundas em que a segurança da terra firme não existirá mais. Seremos levados pela violenta força das emoções que tentarão nos guiar por caminhos desconhecidos.

Nossas emoções também são instáveis. Penso no meu casamento. Muitas vezes começo o dia amando e admirando a minha esposa com toda intensidade, e, no meio do dia, por motivos tão pequenos do nosso cotidiano, tenho vontade de fugir e não vê-la por 10 dias. Ao final do dia, chegando em casa, pedimos perdão mutuamente e, como que num passe de mágica, volto a amá-la de todo o meu coração. É claro que minhas emoções tentam me dizer o que devo fazer mas não devo aceitar seus conselhos. Não é de se estranhar que pesquisas descobriram que casamentos longos e felizes passam pelos mesmos problemas que os casamentos desfeitos e infelizes. A diferença é que enquanto no primeiro caso, apesar das turbulências, eles perseveram no segundo grupo as emoções tomam o controle sobre as decisões. A emoção é uma péssima conselheira porque ela é orientada pelo momento e desconsidera a prudência, a sabedoria e a razão.

Não irei ao extremo de rejeitar as minhas emoções. Mas rejeito ser dirigido por elas. O Senhor Jesus demonstrou suas emoções várias vezes durante seu ministério mas nunca permitiu ser controlado por nenhuma delas. Ali, no Getsêmani, apesar do medo, da tristeza e da angústia expressadas externamente pelo choro e pelas gotas de suor que se transformaram em gotas de sangue, o Senhor Jesus preferiu trilhar o caminho da obediência e do sofrimento. São as nossas emoções que devem ser amoldadas à vontade soberana de Deus e não o contrário.

Olhando para trás consigo compreender porque para nós é tão difícil trilhar o caminho da santificação. Esperamos ou entender ou ter vontade ou que as nossas emoções nos levem à obediência e isso, muitas vezes, nao irá acontecer. Geralmente, precisaremos nos opor a nós mesmos para, assim, experimentarmos o poder do evangelho: quando me faço louco por Cristo sou verdadeiramente sábio. Quando rejeito minha vontade por Cristo sou verdadeiramente livre. Quando nego minhas emoções por Cristo sou verdadeiramente feliz.

Quem controla o meu coração? Minha mente? Minha vontade? Minhas emoções? Será que quero ser realmente santo? Caso a resposta para a última pergunta foi um sincero "sim" então eu sei qual é o melhor destino para o meu coração.

“Dá-me, filho meu, o teu coração.” Provérbios 23:26