segunda-feira, setembro 18, 2006

vinho e pão

“O solitário busca o próprio interesse, e insurge-se contra a verdadeira sabedoria.” Provérbios 18:1

“Deus faz que o solitário more em família.” Salmos 68:6


A solidão é uma das coisas que mais aflige o coração humano. A sensação de que a nossa vida está andando na direção contrária do mundo produz em nós insegurança e desânimo. Por outro lado, quando encontramos outras pessoas que compartilham dos mesmos idéias e pensamentos e nos encorajam a prosseguir, ficamos mais fortes do que de fato somos e avançamos. Falo isto porque neste último final de semana tive a oportunidade de conhecer e re-encontrar irmãos de outras cidades. Pude escutar experiências de perseguições, lutas, sofrimentos e vitórias. Mais uma vez percebi que não estou sozinho nesta jornada rumo à pátria celestial.

Dentro deste contexto, lembrei-me de Elias, poderoso profeta de Deus, que após uma incrível experiência no monte Carmelo (I Rs 18) aonde fez cair fogo do céu entrou em uma profunda crise e desânimo. Deus então o leva a um outro monte, Horebe, o monte de Deus (I Rs19:8). A desesperança de Elias talvez seja justificada pela sua solidão: “porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só”( I Rs 19:14) porém Deus, que conhece todas as coisas, corrige o pensamento de Elias e o encoraja: “conservei em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal e toda boca que o não beijou” (I Rs 19:18). Elias descobriu que não era único. Viu que sete mil fiéis anônimos também estavam trilhando o mesmo caminho. Após esse encontro Elias recobrou suas forças e prosseguiu até o dia em que uma carruagem de fogo o levou para junto de Deus.

A Ceia do Senhor é uma divina ocasião em que podemos testemunhar o fim da solidão. O apóstolo Paulo diz: “Porventura o cálice da benção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo?: O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo?” (I Co 10:16). Quando partimos o pão, lembramos da obra do nosso Salvador Jesus Cristo. Lembramos do seu corpo partido e do seu sangue derramado. Lembramos que uma das conseqüências dessa obra é a nossa comunhão com os que são da família de Deus. Quando partimos o pão não celebramos a solidão, ao contrário, celebramos e discernimos o corpo espiritual de Cristo aonde todos os redimidos tornaram-se um só corpo e membros uns dos outros.

Satanás sabe que um cristão isolado torna-se um alvo fácil para seus ataques e enganos. O isolamento produz a solidão que produz a auto-piedade que produz orgulho que produz mais isolamento. Devemos estar bem protegidos, cobrindo uns aos outros em oração e mútua cooperação. Dessa maneira estaremos vigilantes diante das tentativas do diabo e estaremos dando um testemunho coerente diante da Mesa do Senhor. Outrora éramos indivíduos, antes éramos grãos de uva e feixes de trigo. Agora, porém, somos inseparáveis e indissociáveis. Através da obra do calvário nos tornamos vinho e pão.


“Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adeversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.” I Pedro 5:8,9