segunda-feira, maio 29, 2006

Nosso Pai também é Deus

Ainda bem criança, meu pai resolveu me levar ao shopping para escolher um presente de aniversário. Parecia um sonho. Entrar em uma loja enorme e, ali, no meio de vários corredores cheios de brinquedos eu poderia escolher qualquer coisa. Quando entramos na loja, bati o olho e achei o presente que eu queria: um jipe movido a pilha do Esquadrão Classe A (seriado americano que eu era fã). “É esse pai, achei o meu presente”. Lembro do meu pai dizendo: “Filho, você nem entrou na loja direito, dê uma olhada melhor. Quem sabe você não encontra outro brinquedo melhor.” Apesar das considerações feitas, o brinquedo já estava escolhido. Fui impulsivo, imediatista e egoísta. Agi exatamente como o que eu era; uma criança.

A bíblia nos ensina que quando nos arrependemos e voltamos à Deus, nascemos de novo. “Ele vos deu vida, estando vós mortos em vossos delitos e pecados” (Efésios 2:1). A partir daí iniciamos um processo de crescimento espiritual até chegarmos à medida da estatura da plenitude de Cristo (Efésios 4:13). Não podemos exigir de uma criança a maturidade de um adulto. Existem importantes experiências que são vivenciadas nesse período inicial de relacionamento com o nosso Pai Celeste e fazem parte do processo de crescimento.

O que é lamentável é quando nos tornamos lentos em nosso crescimento espiritual. Os Hebreus que já deveriam ser mestres estavam necessitados de leite (Hb 5:12) e os Coríntios não podiam suportar alimento sólido (eram crianças em Cristo) porque ainda eram carnais (I Co 3:1-2). A carnalidade e a inexperiência que deveriam ser características da meninice teimam em permanecer na vida de cristãos que estão caminhando há anos. Tornam-se subnutridos. Pela idade deveriam ser adultos, porém agem como meninos: são egoístas em seus propósitos, imediatistas quanto as suas orações e impulsivos para satisfazerem seus desejos carnais.

O Rei Salomão passou pela experiência de ouvir Deus dizer: “Pede-me o que queres que eu te dê” (I Rs 3:5). Diante de tantos brinquedinhos para entreter a sua alma, Salomão fez a escolha certa. Tirou os olhos dos presentes e olhou para o doador. Ele reconheceu diante do Senhor: “Não passo de uma criança, não sei como conduzir-me” (I Rs 3:7). Ao reconhecer a sua imaturidade, Salomão estava amadurecendo. Ao confessar sua pequenez, ele estava crescendo.

O cristianismo moderno converteu o Deus Pai em um gênio da lâmpada. Alguém que existe apenas para ouvir pedidos e atendê-los. O cristianismo tirou Cristo do centro para colocar o homem. Assim como uma criança mimada, a Igreja não se importa com os interesses do Pai Celestial. Ela está muito entretida com seus pensamentos infantis para perceber que existe um propósito muito mais elevado. O que faremos peregrinos? Iremos preferir ocupar o nosso tempo pedindo brinquedinhos inúteis para satisfazer nosso egoísmo ou iremos buscar o nosso crescimento espiritual mesmo que nos custe renúncia, consagração e esforço?

Deus nunca apareceu pessoalmente para mim como fez a Salomão. Mas sei que Deus me procura todos os dias. Sei que ele inclina os seus ouvidos para escutar os meus pedidos desejando ouvir os anseios do meu coração. Deus deseja me dar muito mais que carrinhos. Ele quer me dar alimento sólido, quer esclarecer minha mente para tornar-me um filho maduro, capaz de ajudar aos meus irmãos. Ele deseja confiar-me seu poder para representar seus interesses dignamente sobre a terra. Ele quer contar comigo para combater as suas batalhas e expor à vergonha todos os seus inimigos.

Ao crescermos, o nosso Pai Celeste não deixará de ser o nosso Pai. Ele continuará cuidando de nós com todo amor paternal. Ele continuará nos enchendo com um monte de presentes. Ao crescermos, conheceremos também o nosso Pai Celeste como o nosso Deus Altíssimo – aquele a quem adoraremos e serviremos para todo o sempre. Esse relacionamento encherá nosso coração de alegria e sentindo. Mas, principalmente, alegrará o coração do nosso Deus e Pai.

Tenho certeza de que Ele merece essa alegria.

“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das cousas de menino. Porque agora vemos como em espelho, obscuramente, então veremos face a face; agora conheço em parte, então conhecerei como também sou conhecido.” I Coríntios 13:11-12

quinta-feira, maio 25, 2006

Aliança ou Resistência ?



Semana passada assistimos com perplexidade a onda de violência que assolou o Estado de São Paulo. Em 5 dias, 251 ataques a alvos policiais e civis com saldo de 132 mortos e 115 feridos. Agora, após uma possível normalidade, existem rumores que o estado fez um acordo com o PCC (facção criminosa que assumiu os atentados) para o fim dos ataques.
A oposição tem criticado a possível negociação entre o estado e o crime organizado, enquanto isso, o governo nega qualquer tipo de acordo apesar do comandante-geral da PM admitir conversas entre as partes. Dá-se a sensação do famoso dito popular: “se não pode vencê-los, junte-se a eles”.
Uso como pano de fundo essa aliança anômala entre o estado e o crime organizado, para ilustrar uma aliança ainda mais estranha que já perdura por séculos: a igreja e o dinheiro.
Deixo bem claro que o dinheiro em si é uma coisa neutra. Várias vezes na palavra de Deus o dinheiro é mostrado como uma importante ferramenta da obra de Deus e abençoando a igreja. Cito apenas alguns textos como exemplo: (At 2:45, 11:29-30, Rm 15: 26, II Co 9:12-15, Fp 4: 15-16).
Porém, a Palavra de Deus é clara ao dizer que: “o amor do dinheiro é raiz de todos os males” (I Tm 6:10). Em Mateus 6:24, o Senhor Jesus chegou a denominar as riquezas como sendo um deus (Mamon). Ele diz claramente: “ninguém pode servir dois senhores, porque ou há de aborrecer-se de um, e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e à Mamon.”
Ao estudar um pouco a história do cristianismo, não tenho dúvidas ao afirmar que o cristianismo optou em fazer uma aliança com Mamon ao invés de resisti-lo. A submissão ao deus Mamon tem tornado muitos de nós escravos de um cruel tirano. Andamos ansiosos pelo dia de amanhã, buscamos as mesmas coisas que os gentios buscam (Mt 6: 31 - 34). Não aprendemos a ter uma vida simples e grata (I Tm 6:8). Tornamos-nos avarentos porque sempre queremos mais (Hb 13:5). Acumulamos tesouros nessa terra o que contraria diretamente as ordens do verdadeiro Deus (Mt 6:19).
Quando o Senhor Jesus foi tentado no deserto, Satanás ofereceu-lhe a glória desse mundo em troca da sua adoração. O Senhor, não aceitou qualquer tipo de aliança antes o resistiu confessando que apenas o Deus Pai merece toda adoração.
Penso em minha vida. Em como sou seduzido diariamente pela vaidade do cotidiano. Em como a minha alma deseja fazer alianças com esse mundo. Ao fazer um balanço, tento diagnosticar onde está o meu tesouro – porque sei que ali estará o meu coração. Tento perceber quais são as minhas ambições, planos e desejos. O que tenho feito com o meu tempo e como tenho administrado minhas finanças.
Ao final de minha jornada, junto com milhões de outros peregrinos, chegarei à cidade santa. Ali, andando em uma cidade toda de ouro, cuja as portas são pérolas e suas muralhas são adornadas com toda espécie de pedras preciosas, poderei declararar, que o Cordeiro é o meu maior tesouro.

Senhor, abra os meus olhos para que eu o veja assim, hoje. Para vergonha de Mamon e para louvor do Teu Santo Nome.

“... pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e repartir, que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida.” (I Tm 6:18 – 19)

segunda-feira, maio 22, 2006

Pijama para uma noite fria



Durante dois anos consecutivos, ganhei de aniversário do meu irmão um pijama. O que eu vou fazer com um pijama? Será que ele não sabe que durmo sem camisa? Será que não havia nada melhor para ele me dar? Nenhum livro, camisa ou CD? E por dois anos! Confesso que, em meu coração, desprezei o presente.

Ontem à noite, quando fui dormir, achei que estava muito frio para dormir sem camisa. Não tive dúvida, fui ao armário e catei um dos pijamas e fui me deitar. Já na cama, de luz apagada, fiquei pensando que a idéia do pijama não era de toda ruim. Recordei que ao longo dos anos, nos dias mais frios ou nos dias em que eu estava doente, eu usei os pijamas.

Da mesma maneira quando ganhamos uma repreensão esse efeito pode acontecer. Por que ele disse isso? Será que ele sabe da minha situação? Por que o Senhor está fazendo isso comigo? Eu não precisava ouvir essa palavra! Isso definitivamente não serve para mim! Existe algum engano.

Admiro o Rei Davi. O grande rei de Israel. Acumulou inúmeras vitórias desde a sua mocidade – venceu leões, ursos, gigantes e exércitos inteiros, porém ele deixou ser vencido por Deus. E essa derrota, foi sua maior vitória. Quando repreendido, reconhecia suas falhas. Reconhecia que carecia de repreensão. Ele chegou a escrever: “Fira-me o justo, será isso mercê. Repreenda-me, será como óleo sobre a minha cabeça, a qual não há de rejeitá-lo” (Sl 141:5). Davi aprendeu uma coisa dificílima ao homem: ouvir a voz do Senhor através das repreensões.

Para mim, a repreensão funciona como um pijama – valorizo apenas quando estou sentindo frio ou me sentindo fraco. O desafio é reconhecermos a nossa temperatura. O Senhor advertiu aos seus discípulos da ameaça do esfriamento: “E por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos.” (Mt 24:12). Ã medida que a vinda do Senhor se aproxima, mais frio este mundo ficará. Precisamos ser cada vez mais vigilantes. A repreensão entra profundamente naquele que reconhece que a necessita. Enquanto o orgulhoso irá permanecer surdo, preferindo o frio mesmo que isso cause sua morte, o humilde a aceitará trazendo arrependimento, consolo e paz. Esse é um dos objetivos quando o Senhor nos repreende: reaquecer o nosso espírito. Temo rejeitar a repreensão do Senhor por me achar aquecido demais. Temo não reconhecer a minha dependência do calor que só pode ser gerado pelo fogo do Espírito Santo.

Ontem à noite, agradeci ao Senhor pelo meu irmão. Agradeci pelo pijama que, mesmo não querendo, recebi de presente.

Apesar do frio, dormi aquecido.


“Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da sua repreensão. Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem.” Provérbios 3:11-12

quinta-feira, maio 18, 2006

O combustível do cristão



Pela primeira vez em quase 10 anos de carteira de motorista cometi um erro bobo – deixei acabar a gasolina do carro. A luz amarela indicando a falta de combustível estava acessa fazia dois dias. Tentei chegar ao posto onde costumo abastecer, mas não deu. O carro começou a engasgar e a perder força até parar completamente dois quarteirões adiante. Já voltando pra casa não pude deixar de pensar no que ocorrera. O carro estava ótimo: pneus novos, freio, motor, câmbio, correias e tudo o que era necessário para que ele funcionasse perfeitamente, estava tudo OK. Tanto é verdade que quando coloquei 5 litros de gasolina no tanque o carro voltou a andar como se nada tivesse acontecido. Eu havia ignorado uma lei básica: sem combustível nenhum carro anda.

Da mesma forma, existe uma lei espiritual estabelecida pelo Senhor Jesus: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5). Tento imaginar o impacto dessa afirmação ao longo da história da humanidade. Os céticos poderão interpretar essa frase como uma bravata do Senhor; uma tentativa de criar dependência emocional nos seus pobres discípulos. Os auto-suficientes falarão que o Senhor exagerou um pouquinho no discurso em algum momento de empolgação. Os filósofos ressaltarão a eloqüente retórica do Mestre sem, contudo, se importarem com a seriedade do que foi dito. E, finalmente, penso nos fracos, naqueles que já falharam tanto que sabem que nada podem fazer por eles mesmos. Eles receberão essas palavras como um profundo consolo para suas almas.

Gostaria muito de me enquadrar no grupo dos fracos, porém, reconheço que, muitas vezes, resisto a essa afirmação e procuro achar forças em mim mesmo. Tento provar para mim e para os outros que tenho valor e que sou capaz. Esforço-me até “o carro começar a engasgar” até o momento em que o Espírito Santo acende a luz amarela em mim e me convence que sem Cristo nenhum fruto poderei produzir. “Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro e sim, o que detesto ” (Rm 7:15). Por que tento viver com as minhas forças, se aquele em quem tudo subsiste me oferece a força dele? Por que me afasto de quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos para aconselhar-me com a minha própria alma? Porque insisto em ter vida longe do autor da vida?

Quando a minha vida cristã está “engasgando” é fácil diagnosticar o problema. Está faltando o combustível do cristão: a vida de Cristo. Posso ter todo o “equipamento” necessário para dar frutos: inteligência, conhecimento, saúde, diligência, vontade, etc. Mas sem a vida de Cristo, nada de útil será produzido. Somente a vida de Cristo permitirá que meus talentos, dons, capacidades naturais, emoções e pensamentos trabalhem harmoniosamente com a vontade de Deus. Nego todo esse conhecimento teórico quando fujo da presença de Deus, quando paro de orar ou quando desobedeço aos seus mandamentos deliberadamente. Não tem jeito. Não farei nada de valor eterno se não permitir que a vida de Cristo se torne o combustível das minhas ações.

O Apóstolo Paulo faz uma afirmação que completa o pensamento do nosso Senhor: “Tudo posso naquele que em fortalece” (Fp 4:13). Aqui o Espírito Santo nos leva a meditar na mesma situação vista de uma outra perspectiva. Sem Cristo nada posso fazer, porém, em Cristo, tudo posso. Sem Cristo experimento fraqueza, em Cristo fortalecimento. É o milagre da obra divina transformando o que é inútil em um utensílio para honra, preparado para toda boa obra (II Tm 2:21). É o homem voltando a ser como foi idealizado.

Oro ao Senhor para que Ele tenha misericórdia de mim. Que meu coração não seja seduzido pelo meu orgulho próprio, ao contrário, com muita alegria quero depender do meu Senhor. Quero proclamar a esse mundo que já não sou quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim (Gl 2:20).

Espero ter aprendido a lição. Quando a luz amarela acender que eu possa ser humilde o suficiente para reconhecer o meu estado e, sem demora, voltar-me para Ele para ser abastecido com Sua vida. Pensando bem, oro pra que a luz amarela nunca mais se acenda.


“Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo (...) À meia noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro. Então se levantaram todas aquelas virgens e prepararam as suas lâmpadas. E as néscias disseram: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando.” Mateus 25:1,6-8

segunda-feira, maio 15, 2006

Prefácio

“Amados, quero exortar-vos como peregrinos e forasteiros que sois a vos absterdes das paixões carnais que fazem guerra contra a alma”. I Pe 2:11

Eu odeio escrever. Desde a minha terna infância eu e a redação nunca nos demos bem. Até a sexta-série após toda redação que eu fazia a professora gentilmente me “convidava” para uma aula extra de reforço. Como eu era o mais assíduo nas aulas extras, o meu complexo com a escrita aumentou bastante. A partir da sétima série eu nunca mais voltei para o reforço – não que houvesse melhora é que eu mudei de escola.
Dou esse tom pessimista logo de início para demonstrar a minha resistência em iniciar esse blog. Não enxergo em mim nenhuma capacidade técnica para fazê-lo. Invejo aqueles que, com clareza cristalina, conseguem passar para o papel o que estão pensando ou sentindo – gostaria de ter o mesmo talento. Porém, já faz algum tempo que tenho desejado registrar os meus pensamentos. Sei que soa presunçoso da minha parte essa idéia. Não consigo imaginar quem poderia ter interesse em saber a respeito do que eu penso, temo ou acredito – nem minha esposa demonstrou muito ânimo com meu novo empreendimento. Mas me veio grande encorajamento quando consegui convencer-me que a pessoa que será mais ajudada por essas linhas sou eu mesmo. Ao colocar meus pensamentos no papel, sou obrigado a refletir naquilo que, muitas vezes, não valorizo nem considero. Ao sentar para escrever sobre as pressões que tentam moldar meu caráter, vejo-me obrigado a lançar luz em lugares escuros do meu coração aonde raramente permito que chegue qualquer facho de luz.
Enquanto tento analisar os meus pensamentos desejo que o Espírito Santo me encontre. Que capture a minha atenção levando cativo todos os meus pensamentos à obediência de Cristo (II Co 10:5). Desejo que, ao falar, eu ouça a voz do Espírito. Ao escrever, eu receba direção da parte do Senhor.
Deixo claro que escrevo pensamentos, e, como tais, podem ser falíveis, contaminados e impuros. Por isso, peço que leia com bastante critério tudo o que eu escrever. Não tome os meus pensamentos como sendo a verdade, ao contrário, te convido a juntar-se comigo nessa jornada em busca do conhecimento da vontade de Deus, em toda a sabedoria e entendimento espiritual (Cl 1:9).
Encorajo a você, peregrino e forasteiro como eu, a considerar o nosso chamamento. Alguém já disse que se o cristão gastasse 05 minutos por dia meditando no seu futuro, o seu presente seria completamente diferente. Sendo assim, estou disposto a pensar bem mais do que meros 05 minutos. Valerá a pena.

“As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu!” Salmos 19:14